domingo, 14 de dezembro de 2008

Pit stop inesperado - Ilhéus

Olá!!! Ainda não estamos em Santo André... Tudo por causa de um pit stop obrigatório em Ilheus, hoje, domingo. Vou contar o que aconteceu: Ontem as 5h da manhã zarpamos de Salvador motorando pois o ventinho estava bem fraco, conforme a previsão. Chegamos a andar bem umas 6 horas mas com o motor de vez em quando diminuindo a rotação, coisa que aconteceu uma vez na Ilha Grande por entrada de ar na mangueira de diesel. Mesmo meio cabreiros continuamos a motorar pois o vento era quase nenhum. De repente o motor morreu... insistimos e um tempo depois morreu de novo. O Lu verificou a mangueira que leva o diesel do tanque para o motor (a mesma que tinha ar da outra vez) e confirmou que realmente tinham umas bolhas de ar. Tentou mexer daqui e dali mas não adiantou até que teve uma hora que ele não ligou mais... nossa, que sensação horrível!! Estávamos a umas 20 milhas da costa, faltando mais de dois terços da viagem, sem vento e o barco sem motor...chegou a dar um frio na barriga de pensar quantas horas demoraríamos pra chegar em terra. A primeira decisão que tomamos foi de mudar o rumo para Ilhéus, afinal se tratava de quase 100 milhas a menos. Em Ilhéus também seria mais fácil arranjar ajuda com o motor e além disso a entrada no porto é bem mais simples do que em Santo André que necessariamente precisa de motor por se tratar de um rio estreito cheio de bancos de areia, não é a toa que contratamos um prático para nos ajudar a entrar.
E começou nossa saga... primeiro ficamos murrinhando nuns 2, 3 nós de velocidade. De repente o ventinho começou a soprar e quando vimos estávamos “voando” chegando a atingir até uns 7 nós, maravilha, né? Pois é, quando faltavam umas 15 milhas para chegarmos percebemos que com aquele ritmo chegaríamos de madrugada no porto e jogar ferro sem motor e sem ver direito quem ou o que estava por perto não seria uma boa idéia. Resolvemos então “freiar” o barco fechando a genoa e rizando a vela grande. Voltamos a andar a uns 3 nós de média que nos faria chegar umas 4 da manhã já clareando, perfeito, né? Então, fomos nesse ritmo umas 2, 3 horas e o que não podia acontecer aconteceu, acabou o vento. Faltando umas 10 milhas para chegar começamos a boiar fazendo uma média de 1,5 nós. Até aí tudo bem, só iríamos chegar mais tarde do que pretendíamos, a questão era: como entrar no porto boiando? A gente precisava de um mínimo de segmento pra chegar direitinho no lugar de ancoragem sem o risco de ser arrastado pra algum lugar indesejado, né? Isso era umas 2h da manhã e resolvemos chamar pelo VHF o Iate Clube de Ilhéus sem a mínima esperança de sermos respondidos. Qual não foi nossa surpresa quando Reinaldo nos atendeu. Explicamos nossa situação e solicitamos ajuda na ancoragem e um reboque se fosse possível. Ele, muito simpático nos explicou que o bote de apoio estava quebrado etc etc. Desanimamos... daqui a pouco Reinaldo nos chamou e disse que um colega dele iria nos ajudar. Disse que ele estava vindo de casa e que “daqui a pouquinho estará aí para rebocar vocês e ajudar a entrar no porto, podem esperar!!”. Nossa, que alívio, que alegria!!! Só não foi mais alegre pois essa ajudinha rapidinha demorou um pouco mais de 4 horas... pois é, demorou mas chegou. É claro (e isso quem veleja já poderia esperar) que 20 minutos, 20 não 15 minutos antes de chegar a tal lancha começou a ventar... e muito!!! Inacreditável, né? Mas eu sei que vocês sabem que é mais ou menos assim que “funciona”... pra encurtar a já longa história, ao abaixar a vela grande com aquele vendaval e o mar, é claro, bem mais mexido, O Lu dá uma apoiada sem muito jeito na vela e uma das talas quebra fazendo um rasgo na bolsa da tala. Na hora achamos que tinha rasgado um pedaço da vela mas depois com calma vimos que havia sido só na bolsa mesmo, menos mal... bem, jogamos o cabo pro cara e ele nos rebocou até o porto. Jogamos ferro, nos despedimos dele e finalmente relaxamos. Depois de um bom banho e de umas horinhas de sono, começamos a nos mexer para buscar um mecânico no domingo na Bahia, imaginem o otimismo... Quando estávamos preparando o bote para o colocarmos na água o Lu viu golfinhos pulando perto do barco, que lindo! Só podia ser um bom sinal, e era!! O Migrante, veleiro do nosso querido amigo Altenir, entrou em seguida no porto e alegremente o Xogum (acho que é com X, não tenho certeza) do leme nos acena. Ali já sabíamos que ele nos “salvaria”e foi exatamente o que aconteceu. Xogum veio dar uma olhada no motor e depois de uma hora e pouco tudo estava resolvido e funcionando perfeitamente. Ele abriu aqui, abriu ali, tomou uns golinhos de óleo sugando a mangueira (eca!) e depois de resolver trocar o filtro raccor percebeu que o problema mesmo era entupimento na base dele pois ali tinha muita sujeira fazendo com que ficasse impedida a passagem do óleo diesel do tanque para o motor. Parece simples, né? E é mas uma bobagem faz parar todo o sistema... bem, o que importa é que funcionou e depois de arrumar o barco e limpar (tivemos que esvaziar parte do paiol, tarefa braba!!!) almoçamos os três alegremente no cockpit.
Ah! Um detalhe chato, aliás beeeeeem chato, é que ainda temos vazamento de diesel no barco. Desde que lacramos a tampa de inspeção tudo estava lindo, maravilhoso e o principal, seco! O lance é que até então não havíamos abastecido mais o Gandaia pois no Nordeste pouco precisamos do motor mas antes de sairmos de Salvador demos uma abastecida e a partir daí a tormenta do cheiro insuportável voltou... que pena!!! Agora minha gente, só no Rio, sinto muito!! Teremos que descobrir onde vaza, resolver e depois tirar mais uma vez tooooodos os paineiros do barco para uma mega lavada... ai que trabalho!!! Mas não temos como escapar, quem quiser ajudar, estamos aí, viram vizinhos da Marina??? Brincadeirinha gente...
Bem, depois que o Xogum foi embora demos mais uma descansada e daqui a pouco zarparemos finalmente para Santo André. ÓÓÓtima viagem pra gente!!!!!!!!! Pleeeeaseee!!! Beijos e até lá!

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